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NÍVEIS DA ALFABETIZAÇÃO

 Porque não modificar o método?                                                                              Não existe receita pronta. O que vale é ser ecletico, misturar ingredientes, e dar ao aluno o que ele pede.  As vezes pecamos por acreditar no pronto e  acabado, criticas são construtivas, e saber criticar o método é interessante pois possibilita ao aluno novas vertentes. Meu método  não segue linearmente a ordem alfabética (b,c,d), gosto da liberdade para criar palavras. As palavras e frases geradas costumam ter mais sentido que nos métodos silábicos tradicionais, e enriquecem o vocabulário. Sei que em qualquer método  pode-se resolver problemas de insignificância , desde que haja no professor ousadia e interesse em sair do artificial,  e partir para algo mais mais significativo, mais realista para as crianças.        
ALGUNS MÉTODOS
              Os métodos de alfabetização podem ser classificados quanto a dois aspectos: estratégia usada pelo professor ou abordagem e o ponto de partida da leitura.
Diante das estratégias usadas  pelo professor ou abordagem, os métodos podem ser globais ou não globais.  
Globais: frases, palavras, sílabas e letras são apresentadas dentro de um contexto; são contextualizadas.
Não Globais: frases, palavras, sílabas e letras são apresentadas soltas; são descontextualizadas.
Em relação ao ponto de partida da leitura, os métodos podem ser sintéticos ou analíticos.
Sintéticos: também chamados fonéticos ou fônicos, têm como ponto de partida os sons das letras(fonemas) ou os sons das sílabas (unidades fonéticas).
Analíticos: têm como ponto de partida palavras, frases ou textos.
O ponto de partida da leitura determina a operação lógica predominante que o aluno vai fazer no início da alfabetização.
Se o aluno partir da palavra para chegar às letras, a operação predominante é a análise e, por isto, o método é analítico.
Se o aluno partir das letras ou das sílabas para chegar à palavra, a operação predominante é a síntese e, por isto, o método é sintético.
Os métodos fonéticos são sintéticos.
Os métodos não fonéticos são analíticos 
Fonação, Fonético ou Fônico:
o aluno aprende a emitir os fonemas e a aglutiná-los.
b...a...bá. Usado na Inglaterra desde o século XVIII.
Exemplos: Método Iracema Meireles e Método Montessori
Nos casos em que realmente há uma correspondência direta entre a fala e sua representação escrita, os aprendizes vão decifrar rapidamente, desde que entendam esta relação e decorem as correspondências. Exemplo, descritos por Lemle são: p/b, v/f, t/d. Estas letras, em qualquer posição, seja no início, meio ou fim de sílaba, sempre serão decodificadas/lidas da forma como se escreve e também sempre serão codificadas/escritas, da forma como se fala. Por outro lado, várias palavras são escritas de uma forma e pronunciadas de outra, como tomate ("tumati"). Uma letra pode representar diversos sons, segundo sua posição na palavra.  Por isso, temos a ortografia e diversas convenções para estabilizar estas diferenças de representação. Outro problema identificado é que a consoante é uma unidade abstrata, não pronunciável sem o apoio de uma vogal.
Para aliviar esta falta de sentido, foram criadas variações do método fônico. O que diferencia uma modalidade da outra é a maneira de apresentar estes sons: seja a partir de uma palavra significativa, de uma palavra vinculada à imagem e ao som, de um personagem associado a um fonema, ou de uma história para dar sentido à apresentação dos fonemas.
Nas"correntes" sintética, o aluno conhece os sons representados pelas letras e combina esses sons para pronunciar palavras. Na analítica, o aluno aprende primeiro uma série de palavras e depois parte para a associação entre o som e as partes das palavras. Pode utilizar cartilhas.
Temos tambem:
Soletração: o aluno aprende o nome das letras e suas combinações.
bê... a... bá
Silabação: o aluno aprende as famílias silábicas.
ba be bi bo bu. No método silábico, a principal unidade a ser analisada pelos alunos é a sílaba. No entanto, em várias cartilhas o trabalho inicial centra-se nas vogais e seus encontros, como uma das condições de sistematização posterior das sílabas. Utilizam-se palavras-chave apenas para apresentar as sílabas, que são destacadas de palavras e estudadas sistematicamente em famílias silábicas, que são recompostas para formar novas palavras.
Em síntese, os métodos que seguem a marcha sintética (das partes para o todo, da análise para a síntese) e que demonstram rigidez no controle das aprendizagens, tendem a priorizar apenas a decodificação, ou seja, a análise fonológica, com pouca ênfase no sentido do texto e no uso social da escrita.
Palavração: o aluno aprende palavras e depois as separa em sílabas para com estas formar novas palavras.
Exemplo: Método Paulo Freire

Sentenciação: o aluno aprende uma sentença (frase) que depois é dividida em palavras que são divididas em sílabas.
Método global de contos ou de historietas: apareceu na década de 30. A  unidade tomada como ponto de partida é o texto partindo  dos seguintes princípios:
- Princípio do interesse
- Princípio da globalização
- Percepção visual como atividade predominante
- A leitura se faz por idéias e não por sinais gráficos
 No metodo global de textos a produção dos chamados pré-livros, tanto poderia ser utilizado um texto já conhecido de antemão como um texto desconhecido, em que cada lição é um conto completo, ainda que os personagens sejam os mesmos. A variações, parte do reconhecimento global de um texto, que é memorizado e "lido" durante certo período, para o reconhecimento de sentenças, seguido do reconhecimento de expressões (porções de sentido), de palavras e, finalmente, das sílabas. Em Minas Gerais  Logo que o método global foi divulgado gerou-se a produção de pré-livros e cartazes como material de apoio. A vantagem dos métodos globais é que a língua é apresentada inteira, mesmo quando se elege a organização por palavra ou sentença, e a criança tem acesso ao significado. Pode "ler" palavras, sentenças ou textos desde a primeira lição, por reconhecimento global. A desvantagens é que se os alunos não decodificarem, como lerão palavras novas? Como o professor pode saber se os alunos estão realmente lendo ou decorando?
O método natural, o método de imersão: ealiza uma produção mais "espontânea" de textos, que seriam escritos pelas crianças, de acordo com um repertório mínimo de palavras conhecidas pela classe. A partir daí, seria desencadeado um método natural de aprendizagem da leitura. Na tarefa de escrever, a criança teria necessidade de solicitar a um adulto um modelo gráfico das palavras. A leitura, assim, seria conseqüência da escrita. Nesta pedagogia, as crianças escrevem porque é preciso realizar um jornal escolar e trocar correspondências. Percebe-se, assim, que a produção de textos visava a cumprir uma função social.
Construtivismo: É uma concepção de aprendizagem ou uma pedagogia da alfabetização?                                                                                                         
Apresentado por Emília Ferreiro e Ana Teberosky, na década de 80. No livro intitulado "A psicogênese da língua escrita", as autoras propõem uma inversão na discussão: mais do que pensar em métodos, é preciso compreender os processos de aprendizagem que a criança vivencia ao tentar reconstruir a representação do sistema alfabético. A  teoria, ressaltar alguns princípios básicos que induzem o professor a ter outra postura perante o aprendiz. Este é um sujeito que:                                                                                                É importante ressaltar que é uma teoria psicolingüística   e não uma teoria pedagógica sobre como ensinar.                                                                                                      
· tem acesso à escrita na sociedade, antes de passar por um processo sistemático de ensino na escola;
· tem um processo lógico de pensamento e cada "erro" de escrita que produz indica uma hipótese sobre o conteúdo do sistema alfabético de escrita;
· constrói conhecimentos em situação espontânea, desde que conviva com o sistema de escrita e que obtenha algumas informações sobre seu funcionamento.
Dessa forma a escola precisa compreender que:
· um método não é o único determinante da aprendizagem, sendo preciso considerar o processo do aprendiz;
· o contexto escolar deve propiciar a experimentação em torno da escrita, sem provocar nos alunos o medo de avaliação de "erros";
· o material usado na escola deve ser aquele que representa a diversidade de uso da escrita existente na sociedade;
· é necessário, antes de iniciar o ensino e durante o processo, saber em que nível de compreensão da escrita o aluno se encontra e, para isto, é importante que a escola construa instrumentos que permitam ao aluno expressar, sem medo, o que sabe e que o professor precisa conhecer as teorias sobre o "como se aprende", para interpretar os resultados;
· a escrita/leitura devem ser aprendidas em uso social.
 É raro encontrar uma sala de aula onde se possa ver um método "puro". Via de regra o professor segue um método e
lança mão de recursos de outro. Quando esta mistura é intencional e sistematizada, chama-se método misto ou
eclético
                                                                                                




 



                                                                                                 

                                                                                  

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